João Pessoa, 13 de junho de 2025 | --ºC / --ºC Dólar - Euro
O Ministério Público da Paraíba (MPPB) realizou, na manhã desta sexta-feira (13), a primeira audiência pública com foco na construção de estratégias conjuntas para enfrentar a grave crise ambiental que afeta o Rio Jaguaribe, um dos principais cursos d’água da Região Metropolitana de João Pessoa.
Entre as principais medidas deliberadas, estão:
– Criação de um Fórum Permanente para aprofundar o diagnóstico do rio e definir ações integradas de curto, médio e longo prazos;
– Elaboração de um cronograma de campanhas educativas e de execução de serviços públicos;
– Instauração de procedimento no MPPB para fiscalizar o cumprimento da Política Nacional de Recursos Hídricos nos municípios de João Pessoa e Cabedelo.
A audiência foi presidida pelos promotores de Justiça Edmilson de Campos Leite Filho (João Pessoa) e Francisco Bergson Gomes Formiga Barros (Cabedelo), que atuam na área ambiental e destacaram a importância do trabalho coletivo, com a participação da sociedade civil, para evitar a judicialização e buscar soluções estruturais para o problema histórico da degradação do rio.
Durante a audiência, o Ibama alertou para a complexidade da situação e reiterou seu apoio, inclusive com a possibilidade de destinação de recursos oriundos de multas ambientais para projetos de recuperação do Jaguaribe.
A Prefeitura de João Pessoa apresentou ações já em andamento, como dragagem, regularização fundiária e habitação popular nas margens do rio. Contudo, reconheceu que o trecho conhecido como “Leito Morto”, entre o Retão de Manaíra e o Maceió de Intermares, continua desassistido, com despejo direto de esgoto por famílias em moradias irregulares.
A Cagepa informou que criou um Grupo de Trabalho para atuar prioritariamente na recuperação do Leito Morto e que estuda soluções alternativas, como fossas ecológicas e tubulações expostas. A companhia também destacou um investimento de 50 milhões de euros, com recursos internacionais, para avançar na universalização do saneamento básico até 2033, conforme o novo marco legal do setor.
Além de representantes do MPPB, participaram da audiência integrantes das secretarias de Meio Ambiente de João Pessoa e Cabedelo, da UFPB, do Ibama, da Cagepa, além de ONGs como o Movimento Esgotei, o Coletivo em Defesa do Meio Ambiente (CDMA-PB) e a Associação dos Pescadores e Marisqueiros de Cabedelo, entre outros.
MaisPB
EM SANTA RITA - 13/06/2025